sábado, 28 de fevereiro de 2009

Figueres

Fui pra Figueres no final da semana passada.
É a cidade natal da patroa, a família dela ainda vive lá.
Fica a 2 horas de trem daqui de Barcelona, e tá quase na França.
No vídeo, um passeio pelo museu do Salvador Dali (que é incrível), e uma volta de carro por alguns pueblos do Alt Empordà, nome da regiao catalana onde tá a cidade.
comentem!
abraços

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

LA CRISIS!

Não tem emprego pra ninguém.
Os espanhóis mesmos, nativos daqui, com visto vitalício de residência e permisso absoluto de trabalho, tão cada vez mais desempregados.
E sabe aquela história que nos contavam no colégio, que os sul-americanos vão pra Europa pra trabalhar naqueles empregos que os Europeus não querem trabalhar, como garçom, vendedor, entregador de pizzas, pintor, marceneiro....? Mentira.
Mais da metade da população espanhola (e provavelmente no resto da Europa passa a mesma coisa) só sabe fazer isso. Termina o segundo grau no colégio, começa a trabalhar de algo assim, que chamamos de "sub-emprego", e fica na mesma por 10, 20, 30 anos. Até que acontece algo: LA CRISIS!
Com seus salários de 1200 euros por mês, os sub-empregados espanholes (europeus) compram TV de plasma, DVD Blue-Ray (e se tu bota um VHS na frente deles dizendo que é blue-ray, vão acreditar e dizer que é "de puta madre!"), carro novo, Iphone com camera de 5 megapixels e internet 3g (sendo que só utilizam pra telefonar mesmo) com uma conta mensal que passa dos 150 euros, uma camera fotografica reflex digital hiper-mega-ultra moderna que só usam no modo automático, um computador portatil core 2 duo com HD de 500 gigas, 4 gigas de RAM e etc só pra ver os emails e acessar o "yo tuve", engravidam a namorada de 19 aninhos, se casam, entram numa hipoteca (é assim que se escreve??) vitalícia pra pagar o apto de 2 quartos e 35 metros quadrados que comprou na Barceloneta pela bagatela de 300 mil euros....
Aí vem LA CRISIS!
O sub-empregado perde seu sub-emprego. O sub-empregado tem papéis, mas ele só sabe fazer as tarefas do seu sub-emprego. Até porque é preciso muito preparo pra servir mesas, atender um cliente num hotel, embalar "magdalenas" numa linha de produção... (os anúncios de emprego pedem experiência comprovada pra trabalhar de entregador de flyers!!!)
As contas de telefone, da hipoteca (??), as prestações do notebook e da câmera de ultimíssima geração continuam vindo. Os mil e duzentos euros, não mais. Vem um pouco menos, pois o cara entra no Paro, uma espécie de seguro desemprego.
E não tem mais trabalho pra ele, pois as empresas que necessitariam da mão-de-obra suuuuper qualificada dele estão demitindo gente, e algumas inclusive fechando. O que o cara faz? Busca estudos, cursos profissionalizantes, uma graduação, desenvolver algum talento de verdade?
Não. Ele reclama dos imigrantes, que vêm pra cá roubar os empregos deles.

Tô generalizando. Tenho muitos amigos europeus (claro, tô aqui). Minha namorada é espanhola, catalana. Tenho amigos e amigas espanholes, italianos, franceses, alemães, e de fora da europa também - mexicanos, argentinos, uruguaios, brasileiros...
No fim das contas, as pessoas são iguais em todas as partes do mundo. Cada povo é formado por uma maioria ignorante e uma minoria interessante e interessada. O que muda é o poder aquisitivo da parcela ignorante.

Tô trabalhando com música e com vídeo. E à partir de agora, pretendo trabalhar só com isso, seja direta ou indiretamente. Eu não vim tentar a sorte aqui fora. Eu vim viver.